20.4.11

Eu tenho um predileção por dizer as coisas tristes
os sentimentos mais despetalados
que sempre aqui aparecem

mas não acredite ser assim só sofrimento
Há muito mais que caminha aqui dentro

Eu tenho o amor que sempre pulsa no peito
e que também me traz muito contentamento
eu tenho muita sorte em te ter aqui dentro

Mas é tão mais fácil falar das coisas a que se está acostumada
que quando paro pra dizer deste grande sentimento ainda travo
ainda me pergunto
nossa! como posso ter tanto de tão bom aqui dentro?

sem rima nem pretensão

Sou a solidão, assim sempre fui
aquela que sempre está a margem
que se desloca e que tem algo que não dá liga.

Isso traz sofrimento, mas também é refúgio
E é tudo que sei ser
eu caminho nela confortável
como quem já muito por ali andou

Eu não a gosto, mas existe um salto
do meu fundo que sempre se joga
e a procuro inconscientemente

É o meu mundo, onde só eu o construo e destruo
como bem entendo
é o bem estar do controle absoluto
e a loucura que pode fluir como bem quiser

É o silêncio atormentado
que traz consigo um sentimento a mais de vida
É o momento em que pensamentos
ganham suas formas mais puras de existir

Pois podem ser o que são
sem as amarras da sociedade
são genuínos

Eles me questionam, e me fazem querer ser algo além
que embora eu não saiba bem o que
me dá um sentimento maior de continuar a viver.

8.4.11

Eu acredito
sempre este é meu problema

Eu acredito como criança
nas coisas da vida
que nunca me deram
nenhuma rasão de crer

E me iludo e me afundo
pensando estar a viver

Eu me inundo e desnudo
a ilusão
que não se faz no dia a dia
e no bem querer

E me afundo no diluvio
de me apaixonar sempre
e tantas vezes
e ainda assim padecer
ao ver tudo isso se perder
Faz tanto tempo que não escrevo
que nem sei se ainda
alguma abertura resta
para uma vasão
para palavras
para sentimentos que me acostumei
a serem contidos
Faz tanto tempo que não escrevo
quem nem sei se ainda há
algum espaço, alguma abertura
alguma palavra
que diga tudo que está represado