5.8.07

O Eu

Não temo a morte
a vida muitas vezes é pior que a morte

Morri muitas vezes em vida
em cada amor perdido
em cada noite escura
a cada momento em que me descubro

E tenho que ser
O que jamais fui
Sem saber

Já matei, já fui morta
e muito mais já me suicidei
A renascer
nem melhor ou pior
mas diferente

E tento ser tudo que não sou
pra afirmar a dúvida
pra me perder nos papéis

Não quero a certeza
Temo sua exatidão
Sem caminhos

E sujeita fico a confusão
ao eco da multidão
à vitalidade do tumultuo

Nada do que disse é o que sou
e nada do que penso, é a verdade
mas sim, verdades minhas

Verdades múltiplas
Que se debatem
Ricocheteiam na cabeça

E minha verdade é mutável
E quando não mais for... morri.

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