5.6.09

Eu não posso ser o que nem sei
o que não consigo ver
que está nos olhos que aqui me vêem

Sou ainda este eu
este eu que me agrada
e que às vezes odeio

E me faz repensar
fazer e desfazer
e voltar a ser o que fui
o que eu reneguei

Eu abro as portas que ontem fechei
e acredito, como se nunca por ali andei
Deixo-me habitar, e me fazer em festa
sem pensar na bagunça de depois

Eu não sou mais o momento
O centro do seu centro
E em seu carinho ausente
Me calo, imersa em dor

O que me reaviva é o que me volta a morte
Como as ondas que vem e que vão
E que deixam suas marcas desenhadas pelo chão

Minha tristeza se agarra em qualquer coisa de você
E fico sem saber o que fazer para não te perder
Sem saber o que dizer a minha saudade
que reclama sempre um pouquinho mais

Não te digo o que pressinto
pois temo a dor da confirmação
e não quero encarar a separação

Ainda te vejo nos braços meus
desejo que seus beijos ainda sejam meus beijos
e não na dor triste do adeus

Deus queira que seja bobagem o que sinto
Que esteja eu sofrendo em vão
Que tudo não passe de um delírio
Medos tolos de meu coração

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